Urbanização no Distrito Federal
A Cidade Satélite de Ceilândia - DF. Começou em 1971, quando foi criada a C.E.I Companhia de Erradicação das Invasões, que permeavam todo o Distrito Federal.
Por: Manoel Dias
( Adendo )
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Aldo Paviani, pesquisador Associado/UnB.
A
partir de 1969, um grupo de pesquisadores da UnB realizou pesquisas a respeito
da história da transferência da Capital, do povoamento urbano, da mobilidade
intra-urbana, bem como a respeito de problemas urbanos como os ambientais,
habitacionais, de transportes públicos, desemprego e outros. Sobre o resultado
das pesquisas, consultar a Coleção Brasíliada UnB – uma visão ampla
da urbanização no DF.
A
experiência desses estudos possibilitou que urbanistas, geógrafos, economistas,
arquitetos, estatísticos, sociólogos e outros, a abordagens inter e
multidisciplinar abrangente do processo de urbanização. O mapa do DF resultante
desse processo apresenta núcleos urbanos esparsos, pontualizados no território,
pelos diversos governos, desde os anos 1960. De início, os núcleos
destinavam-se ao atendimento de moradia para trabalhadores, funcionários
públicos, comerciários. Os núcleos receberam a denominação de
cidades-satélites. Por fim, também disseminados no território, encontram-se os
condomínios, muitos deles irregulares ou ilegais por ocuparem áreas griladas
antes devotadas à preservação ambiental. Pode-se afirmar, portanto, que o DF
possui uma constelação urbana fixa e conjuntos com feições urbanas, os
condôminos, à espera de regularização que não agrida as leis ambientais e a
moralidade pública.
O
quadro territorial esboçado acima não revela toda a complexidade da organização
do espaço ao longo do tempo. Em fins dos anos 1950, previa-se que esse
território receberia uma cidade planejada (Brasília), a partir do projeto
piloto do urbanista Lúcio Costa e que as cidades-satélites seriam construídas
quando o núcleo central estivesse totalmente ocupado pelos 500.000 habitantes
estipulados pelo governo de Juscelino Kubitschek. Todavia, extrapolando as
previsões, a imigração intensa ensejou que se alterasse a proposta inicial.
Para evitar a favelização prematura da Capital, os governantes abriram espaço,
em 1958, para o primeiro núcleo periférico – Taguatinga. Para essa cidade-satélite
foram transferidos os milhares de trabalhadores que ocupavam as favelas
próximas à Cidade Livre (Núcleo Bandeirante) e os alojados nos acampamentos das
construtoras. O incremento da imigração, todavia, exigiu uma continuada ação
para transferir favelados. Com isto, também continuadamente, novas satélites
foram criadas: Gama, Guará, Sobradinho, Ceilândia e muitos outros, totalizando
mais de 2,3 milhões de habitantes, hoje. Pensa-se em novos núcleos: Catetinho,
Setor Noroeste, Setor Oeste e outros, num sem findar de loteamentos oficiais.
Para além do DF, o setor privado, fez loteamentos - o Entorno – onde adotou o
mesmo padrão de núcleos espalhados no território, por exemplo, Cidade
Ocidental, Valparaizo, Novo Gama, Céu Azul, Pedregal, compondo funcionalmente o
que se denominou de área metropolitana de Brasília (AMB).
Desta
política de ocupação do espaço, resultará uma grande metrópole a ser
oficializada para uma gestão interestadual. Antevemos as seguintes situações
para o futuro da AMB: - continuidade da política incremental vigente, de
povoamento pontual e paternalista com doação de lotes no DF e concentração dos
empregos no Plano Piloto. Este modelo, perpetuando-se, levará ao
congestionamento do centro e desemprego nos satélites; - uma segunda hipótese
seria a da adoção do planejamento urbano, descentralização das atividades e
empregos em direção aos satélites. Neste modelo de gestão, as terras seriam
rigorosamente controladas a partir de estratégias prevendo necessidades atuais
e futuras; condomínios seriam proibidos, desconstituindo-se os que resultaram
de terras griladas ou ocupadas ilegalmente. Em síntese, o governo assumiria seu
papel de gestor da coisa pública e guardião da legislação urbanística e
ambiental a ser respeitada.
nota1
Artigo publicado originalmente no Jornal de Brasília, 21 abr. 2006, Caderno Brasília 46 anos, p. 37.
Artigo publicado originalmente no Jornal de Brasília, 21 abr. 2006, Caderno Brasília 46 anos, p. 37.
[Fotos
do autor, registradas com máquina Isai Pentax]
Sobre
o autor
Aldo
Paviani, pesquisador Associado/UnB.
http://www.revistaterritorio.com.br/pdf/11_12_13_5_brasilia.pdf
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